terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Ano novo bullshit

Atenção pessoas bullshit:

Conversei com o Sid e pensamos de passar o ano-novo em algum lugar que não seja em casa(acho que vocês cansaram já né?). Creio que o Madame está fora da lista, pelo menos pra mim. Por enquanto fica o Sarajevo de sugestão, qualquer outro lugar vale também.
De qualquer forma aqui em casa fica aberto pra todos virem depois da balada.

Eu pessoalmente pensei assim: ir num lugar por aí ate umas 2h ou 3h e vir pra cá porque o metrô vai funcionar. Assim a maioria ainda vai ta no pique e ficamos por aqui de boa, e quem quiser pode descansar(dormir) sussegado.

De resto confirmem aqui quem vai estar em Sampa pro ano-novo e que queira se reunir e digam o que querem, daí a gente combina direito.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Gravata ao Meio-Fio

Por Mitchell in Mosh # 10

Boca seca. Camisa fedida. Quarto estranho. O giro assimétrico do ventilador de teto acompanhava o latejar da minha cabeça. O cabelo ainda duro de gel, a camisa com botão a menos e nem sinal da gravata. A idéia das fantasias veio dela. Ainda me lembro do telefonema:

“Tô com uma idéia ótima pra esse tema ‘Céu e Inferno’, vê só: você podia ir na festa de diabo...”

“Hehehehe, errrr... Diabo, né?”

“Isso! Mas um diabão classudo. Terninho preto, lencinho e capa vermelha, um tridente, lógico.”

“Legal, mas...”

“Quê?”

“Ah, sei lá, não dá azar mexer com essas coisas, não?”

“Nada, é só brincadeira!”

“E você? Vai de quê?”

“De anjinha, claro.”

A gente tinha saído umas poucas vezes. Eu achava que ela me enrolava habilmente. Mais pra perto, mais pra longe. Apenas um amigo? E um beijo do nada. Conforme eu queria. E eu queria.

Sou ruim nesses joguinhos, mas estava tomado daquela esperança inocente dos enrolados. O enrolado, no fundo, ainda acredita que a enrolação deve ser apenas coisa da cabeça dele. E aí viria aquela noite em que tudo daria certo e terminaria numa cama de motel. Por que não? Poderia acontecer, ora.

Lá fui eu. Um jogador de bingo tentando conquistar Las Vegas.

Lembro da empolgação inicial, encontrando os amigos e rindo das fantasias. Depois vieram as vodcas, o rock ‘n’ roll e...

O ciúme. O pior ciúme é aquele pela pessoa que você está a fim. É um ciúme ridículo, sem justificativa nenhuma.

3 de manhã e eu era um diabo cheio de vodca e ciúme injustificável. Precisava ir embora, sair daquele personagem, daquela nóia, daquele maldito jardim gigantesco que não terminava nunca.

Já na rua, me dei conta que meus documentos ficaram no carro dela. Ela atendeu inspirada:

“Já tá me ligando?”

O mundo girava e eu coloquei pra fora minhas frustrações. Uma ou outra pegou na gravata. “Melhorado”, ainda rondei a redondeza numa última e orgulhosa tentativa de me dar bem.

“Oi!”

“Tchau?”

Mas minha noite já tinha azedado. Não ia conseguir chegar em casa mesmo. Moro longe e queria ir para cama. Afinal, não era isso que eu queria desde cedo?

Agora é manhã de um Sábado de sol e tudo parece sonho. Foi isso mesmo? As vezes a gente tem que passar por essas merdas pra se reencontrar.

Arrumado o bastante, fechei a conta e ganhei a rua. Da minha noite infernal, só o lenço no bolso. Me sinto melhor em meio às pessoas na rua, com suas bolsas, pastas e preocupações. O que será que aprontaram ontem a noite?

domingo, 17 de dezembro de 2006