segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Algo íntimo demais para ser colocado na Internet - tarde demais!

Estou sentado para escrever. Existe um pequeno demônio dentro de mim que insiste para ser vomitado. Um ser que clama pela luz do dia e não me deixará dormir enquanto eu não falar sobre ele. Novamente preciso falar de sentimentos. Não sei direito se falarei de amor, ódio, cobiça, tesão. Porém, eu agora sinto, e, por isso, preciso falar.

O que sinto não me parece algo novo, porém a intensidade éa maior que já experimentei. E até estranho dizer que sinto algo, pois o que sinto tem a aparência de um buraco, um vazio escuro e negro. Não é como o nada que ameaça a Fantasia de Ende, mas parece ser tão poderoso quanto. Eu sinto um vazio que precisa ser preenchido, e a busca está me esgotando.

Não lembro se foi o Agostinho ou o Tomás que falaram sobre este vazio. Para um deles, isso significava a falta que Deus fazia em nossas vidas. Pois, segundo um deles, antes de nascermos, experimentamos a comunhão divina e passamos o resto de nossas vidas buscando essa sensação novamente. O meu vazio, evitarei chamar de dor, é semelhante a isso. Não sei se é Deus que me falta, e, se for, não será em Deus que buscarei me completar. A palavra e os significados de Deus estão tão desgastados que não mais conseguimos senti-lo, amá-lo ou desejá-lo em sua forma mais pura e verdadeira. Deus virou um velho barbudo e carrancudo, chato prá caralho. Um cara, foi isso o que Deus virou, um cara.

Então eu continuo a busca. Acredito que o que quero é uma companheira. Uma mulher que compartilhe a vida e os momentos comigo. Porém, isso tem se provado cada vez mais complicado. O que deveria me curar, somente trás mais dor (tentei evitar a palavra, mas não foi possível), e a cada dia o valor aumenta, e minhas esperanças são jogadas nesta única (talvez última) aposta. Meu grande erro, meu grande erro. As vezes penso em desistir, me importar menos, buscar a satisfação em outras áreas. Não sei, ganhar um ótimo salário, ser reconhecido por meu trabalho, construir meu império, virar um músico; são tantas as opções. Mas nada disso me atrai dessa forma. EU quero sim ser bem sucedido e difundir minhas idéias pelo mundo. Tenho meus sonhos de fama, sim senhor. Porém eu os trocaria todos por uma família feliz, eu, minha mulher e meus filhos algo que eu realmente construiria (e não sozinho).

Talvez esteja aí a cura para o meu vazio. Estou crescendo e quero dar certo. Não quero mais sonhos de criança. Os únicos heróis que conheço são meus pais. São eles meus verdadeiros ídolos e criei uma cobrança para que eu consiga um lar tão seguro como o que eles criaram para mim. Deve ser daí que vem minha angústia, deve ser por causa disso que me sinto tão sozinho. Não é uma namorada que eu quero. Não são briguinhas idiotas e massagens de ego que desejo. Eu vejo os casais a minha volta e tudo o que sei é que não é isso. Eu quero uma família, eu quero independência do velho e dependência do novo, meu novo. Isso agora me alegra, parece que meu objetivo está definido (por mais inconsistente e randômico que pareça meu futuro agora). O futuro ainda é uma incógnita, ainda estou sozinho e não existe modo de prender a pedra angular. Mas, ao menos, sei o que quero. Pode soar ridículo para quem ler essas palavras, mas eu realmente me sinto mais feliz agora. Realmente escrevi isso porque precisava, realmente tinha a dúvidas e, realmente agora, tenho algo para acalmar minha alma. Como diria Raul: Não sei onde eu tô indo, mas sei que estou no meu caminho.

1 comentário:

Leósias disse...

Caraca...

Foda isso meu velho, mas vc sabe o q quer sim.

O duro é achar alguém q queria algo parecido...