Eu e o Marcelinho estamos "estudando" V de Vingança e resolvi postar mimha parte aqui.
AVISO: Se você ainda NÃO LEU "V de Vingança isso pode estragar algumas surpresas...Tomo I
Capítulo I – O Vilão
Algumas coisas que me chamaram a atenção no primeiro capítulo:
O ano da história é 1997, estamos no dia 5 (V em algarismos romanos) de dezembro e a obra foi escrita 1981 e 1988, tendo um grande hiato entre seu início e sua conclusão. É interessante o fato de que uma história antiga que se passa em um passado não tão recente mantém sua crítica a ainda soa futurista, ouso dizer até cyberpunk;
Acho que o principal fato de torna a história futurista é a estrutura opressora do governo e logo no começo temos sinais disso. De cara temos a “Voz do Destino”, a única rádio local e que é divulgada em altos falantes por toda a cidade. Me impressionou muito a precisão dos dados meteorológicos transmitidos. “Tempo bom ATÉ a 00:07 hora, quando TERÁ início uma chuva que se ESTENDERÁ ATÉ a 01:30 hora da manhã.” “A temperatura VAI variar entre 13 e 14 graus centígrados durante a noite”. Tipo, nem hoje em dia temos essa precisão. Terá sido essa estabilidade climática consequência da guerra nuclear?
Outros sinais da opressão: câmeras em todos lugares (“para sua proteção”, é claro), as fábricas que parecem prisões, a citação à zonas de quarentena pela Voz do Destino;
Coisas que só um bom quadrinho faz, a sobreposição de imagens de Evey e V se arrumando, cada um para sua tarefa;
Ainda sobre Evey se arrumando, na hora em que ela termina e se olha no espelho, a Voz do Destino manda “... e este é o rosto de Londres esta noite.” É de se supor que Londres não está muito bem;
Evey trabalha numa fábrica de munição tendo apenas 16 anos, será que a guerra acabou mesmo? Ela se prostitui por falta de dinheiro, então é de se supor que o salário que o governo oferece não é adequado;
Em seu desespero, ela se oferece a um policial de tocaia (aqui chamado de “homem-dedo”). Ele diz que prostituição é um crime Classe-H, e isso significa que o Dedo áge como juri e executor nesse caso. Os homens que pegam Evey resolvem estuprá-la e matá-la e dizem EXATAMENTE que “Nós vamos fazer o que quisermos, e depois você morre. Esta é nossa prerrogativa.”. Creio termos aí mais um sinal de opressão, sendo que neste caso, o próprio Estado joga a garota nos prostituição por pagá-la mal e mesmo assim a mata por isso ser um crime Classe-H;
Então surge V, declamando Macbeth, de Shakespeare, socando todo mundo e fugindo com Evey sem parar de declamar em qualquer momento. E pode se reparar que o referido trecho se encaixa perfeitamente na situação;
Outro fato significativo é a surpresa dos homens-dedo em serem atacados e derrotados. Parece-me que não havia resistência há um bom tempo. Também somos apresentados a outra organização do governo, a Cabeça. Parece que é quem manda em tudo;
Finalmente V se apresenta a Evey: “Eu? Eu sou o Rei do Século Vinte, eu sou o Bicho-Papão, o Vilão, a Ovelha Negra da Família”. Se ele acabou de salvar a moça, porque seria ele um vilão? Ainda que isso não se explique nesse capítulo, acredito que ele diz isso por ser contra o padrão vigente;
Então V, explode as Casas do Parlamento. Elas não eram mais utilizadas, mas ainda assim eram símbolo do poder constituído e aqui se quer acabar com o que ela representa. Mas logo em seguida explodem fogos de artifício, transformando o que era para ser somente destruição em um belo espetáculo. Já notamos aqui a teatralidade de V em tudo que ele faz (como se sua primeira aparição já não tivesse sido teatral demais). E pelo espanto de Evey e da população londrina, fazia tempo que fogos de artifícios não eram vistos;
E no final do capítulo Alan Moore se uma a poética de V ao colocar na boca dele: “Pronto. A abertura terminou. Venha. Vamos nos preparar para o primeiro ato...”. Percebe-se que isso é um começo de uma obra tanto para Moore quanto para V. Sou obrigado a confessar que foi uma abertura e tanto!
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6 comentários:
E o filme? Tenho medo dele.....apesar que visualmente parece estar legal, a máscara e a vestimenta estão perfeitos....já a estória....bem, é óbvio que será necessário o resumo, mas o que tenho medo não é do resumo, é da mãozinha dos irmãos xavoski........MEDO!!!
Tenho a leve impressão que a anarquia será deixada pra segundo plano.
Então cara...
Tb acho q vão priorizar lutinhas e esuqcer o conteúdo, vide Matrix II e III...
Não li e nem vi o filme...vou caçar o gibi na net e depois leio o post...uahuahhua
VALE A PENA!!!!
V é phoda! O filme tb visualmente parece bacana, mas assim como o Alex receio pelo conteúdo, mas podemos nos surpreender e encontrar um "Sin City" no lugar de "A Liga Extraordinária".
Cara, honestamente, não gostei do texto. Ficou mecânico, não fluiu, você repetiu expressões quando poderia suprí-las. Ficou parecido com um guia de leitura, e não uma análise. Sei lá... você faz melhor. Tente algo mais beat.
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